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Teste: Ford Ecosport Storm

Modelo que criou uma categoria em sua versão mais sofisticada.

março / 2020

Se a Ecosport é um dos modelos mais vendidos da marca no Brasil, pouco atrás do Ka Sedan, a Ford nunca teve planos de grande participação da versão Storm nessas estatísticas: ela atua em pequeno nicho e existe para o suporte da imagem do modelo. Com tração integral e visual esportivo, acompanhe como ela se saiu em nosso teste.

Ecosport STORM

Lanterna em led teriam se somado bem às mudanças de 2018.

Ela não é a única opção de tração integral entre os SUVs compactos no mercado, mas para quem está interessado em um SUV compacto com motor flex, tração integral e câmbio automático, tem na Ecosport Storm a única opção. As outras opções de tração integral na mesma categoria são a Renegade, mas só movida a diesel e muito mais cara, ou a Duster, mas equipada com câmbio manual e de acabamento e projeto mais simples.

Ela se diferencia das demais versões do modelo por diversos quesitos técnicos, além dos acabamentos interno e externo. Além de ser a única opção com tração integral, ela possui o motor 2.0 DuratecDirect, flexível e que, como indica seu nome, possui injeção direta de combustível. Ele é ligado a um câmbio automático com conversor de torque com 6 marchas de série, algo que, na linha Ecosport, acontece também com as versões Titanium e SE DIRECT (essa focada no público pcd), porém, ligada ao motor Dragon 1.5 nestes casos. Nas demais versões (SE e FREESTYLE), a caixa automática é opcional.

Ecosport STORM

Motor 2.0 Duratec foi atualizado, ganhou sobrenome DirectFlex por sua injeção direta e rende bons 60176cv e 22,5kgfm de torque (etanol).

A versão Storm possui ainda outras exclusividades na linha, como rodas de 17 polegadas com desenho diferenciado e pintura grafite, pneus michelin primacy 3, faixas com o nome da versão que vêm desde o capô e invade as laterais, grade dianteira e capa do estepe com o nome da versão, faróis escurecidos, retrovisores e maçanetas em acabamento grafite, bancos em couro preto de série (na versão Titanium são de couro, mas em tom claro), acabamento interno com detalhes em cor de bronze, tapetes personalizados com o nome da versão e acabamento interno do teto em preto, entre vários outros detalhes que mencionaremos no decorrer do teste.

Exterior

Ecosport STORM

Visual esportivo fez bem ao modelo.

O atual projeto da Ecosport, baseado numa plataforma global da Ford, batizada de B2, está no mercado desde a linha 2013. Para a linha 2018, a Ecosport passou por uma mudança de metade do ciclo de vida e que trouxe um desenho mais alinhado aos demais SUVs da marca à época, além de atualizações que colocaram em melhores condições de brigar com a concorrência.

Ecosport STORM

O antiquado estepe na tampa acaba combinando com a proposta da versão STORM.

O trabalho foi bem executado pela marca, que conseguiu melhorar a competitividade do modelo. A verdade é que a Ecosport já dá sinais de cansaço no desenho, mas particularmente na versão STORM, em que o ultrapassado estepe na tampa combinou com a proposta mais aventureira, o casamento com o novo desenho foi muito feliz, fazendo com que a versão seja a que está melhor posicionada frente aos concorrentes quando comparada às demais versões do modelo.

Ecosport STORM

Modelo está envelhecendo bem, mas a Ford precisa se mexer para brigar de igual para igual na categoria que inventou há 17 anos.

Outro aspecto que passou por importantes melhorias nas chamdas "mudanças de meia-vida" foi a montagem da estamparia do modelo, já que, a partir da linha 2018, as chapas estão com alinhamento muito mais preciso que a linha 2013-2017, mas ainda não atingindo os níveis de perfeição da montagem de concorrentes como T Cross ou Honda HRV, de marcas referências no quesito. Como alento, o modelo já fica no mesmo nível de Jeep Renegade e Chevrolet Tracker, por exemplo, deixando marcas como Caoa-Chery para trás.

Ecosport STORM

Faróis de xenon Phillips instalados em projetores e com luz diurna DLR acoplada garantem iluminação muito eficiente.

Na porção dianteira, a versão STORM possui grade exclusiva, com o nome da versão em destaque e faróis de duas parábolas com fundo preto e lâmpadas de xenon. O para choques da seção dianteira do veículo trouxe alguma semelhança com o Escape americano da época, conhecido como Kuga na Europa e Argentina, numa renovação bem vinda ao modelo, inclusive melhorando a harmonia com relação às demais linhas do carro,que permaneceram inalteradas.

Ecosport STORM

Tração integral sob demanda em motor flex e câmbio automático é uma combinação exclusiva na categoria.

Já as laterais do modelo tem linhas que remetem aos tradicionais SUVs americanos, com portas altas e vincos levemente ascendentes em direção à traseira. Apesar de não ter mudado nada para a reestilização de meia vida, as linhas laterais da Ecosport envelheceram bem, mostrando menos cansaço que os quase 8 anos de mercado poderiam supor. Na versão STORM, há faixas com o nome da versão na parte inferior, de bom gosto em nossa opinião. As bonitas rodas de liga leve com acabamento grafite e arcos plásticos nos para lamas dão ar de sofisticação ao modelo.

Faróis de xenon instalados em projetores e DLR garantem iluminação muito eficiente.

Já a traseira do veículo é, talvez, sua parte mais polêmica. Há duas opções de desenho da traseira na linha Ecosport, sendo uma com e outra sem o estepe preso à carroceria, esta limitada à versão Titanium, a mais cara dentre as opções de motor 1.5 do veículo. Se o estepe preso é algo definitivamente ultrapassado, a traseira do versão Titanium ficou, em nossa opinião, sem harmonia com o restante do veículo. Valeu a tentativa da marca, que atendeu a parte de seus clientes que faziam questão da carroceria mais limpa. Mas estamos testando a versão STORM e conforme escrevemos anteriorment, sua proposta aventureira casa muito bem com o estepe pendurado, amenizando a eventual perda de pontos neste quesito.

Ecosport STORM

Traseira segue a mesma desde o modelo 2014.

Se não é a opção mais atual do segmento, seu visual envelheceu bem e ainda tem o seu apelo, mas vai perdendo espaço e precisa se renovar mais profundamente em breve para não perder ainda muita participação no mercado.

Nota:

Interior

Ecosport STORM

Com revestimentos caprichados, acabamento só peca nas rebarbas em algumas peças.

No ambiente interno, novamente é possível notar um bom trabalho da marca para manter o produto atualizado no mercado. A ergonomia da atual geração sempre foi boa, mas as mudanças de 2018 trouxeram aperfeiçoamentos pontuais muito bem vindos. Já no acabamento, houve uma grande melhora da qualidade dos materiais e da montagem geral do veículo, suficientes para deixar a Ecosport um pouco acima da média do segmento. Há poucas rebarbas aparentes, o que representa uma grande evolução em relação ao modelo vendido até o modelo 2017. A batida das portas é sólida e silenciosa, a operação dos comandos é suave, o painel é do tipo soft touch emborrachado, o couro dos bancos é de boa qualidade e reveste boa parte das portas, incluindo as traseiras, amenizando os efeitos negativos da parte de plástico rígido utilizado nelas.

Ecosport STORM

Bancos em couro artifical têm costuras em tom bronze independentemente da cor da carroceria.

A ambientação é baseada na versão Titanium principalmente nos fartos itens de série, mas com decoração própria, incluindo teto escuro, detalhes de acabamento em cor de bronze, tapetes personalizados com a inscrição STORM (que se repete nos bancos) e porta revistas com elásticos entrelaçados.

Ecosport STORM

Teto solar elétrico possui acionamento rápido e opção 1 toque para abertura ou fechamento total.

O aparelho multimídia flutuante tem 8 polegadas e está bem ao alcance do motorista, assim como os demais comandos, incluindo os controles de som e controlador de velocidade no volante, que também é revestido em couro. Como veremos na avaliação da relação custo X benefício, o veículo é bem equipado e inclui ar condicionado digital, mas de apenas uma zona e sem direcionamento ao banco traseiro.

Ecosport STORM

A posição de dirigir é excelente, algo comum dentro da linha Ford. É fácil achar a posição correta, ainda mais com o auxílio da regulagem de altura e profundidade do volante e do banco do motorista. Mesmo com muitos anos de mercado desta geração, a posição de dirigir a Ecosport é bem ergonômica e ainda se destacam na categoria de SUVs compactos.

Ecosport STORM

O painel de instrumentos é moderno, completo, de fácil leitura e iluminação de bom gosto, trazendo requinte extra ao interior. Detalhes como o descanso dos caracteres quando o veículo está desligado e computador de bordo extremamente completo, com a possibilidade de muitas informações simultâneas e grafismos bem detalhados e de excelente resolução, mostram a preocupação da Ford com os detalhes internos que faltou à Ecosport antes da reestilização de 2018.

Ecosport STORM

Porta-malas tem boa capacidade, ofuscada pela pouca profundidade.

O espaço interno é bom para quem vai à frente, mas bastante limitado no banco traseiro. Se por um lado quem vai atrás conta com boa altura, a distância para os bancos dianteiros e a largura é das menores da categoria e faz com que o brilho adquirido pelo interior nas melhorias de 2018 seja ofuscado. O porta-malas tem bom espaço, superando por larga vantagem a Renegade, emparelhando com a T cross, mas fica abaixo de HRV, Creta e Tracker, só para citar alguns exemplos da sua categoria. Seu volume vem em grande porte por ter boa altura em detrimento à pouca profundidade. Por ter uma carroceria curta, a remoção do tampão não aumenta consideravelmente a capacidade do porta malas, ao passo que rebater o banco traseiro (bipartido) faz com que o espaço seja bastante incrementado, ajudado pela boa altura do interior.

Ecosport STORM

Recuo interno da tampa do porta-malas aumenta o volume para bagagem.

Ecosport STORM

Ford poderia adotar abertura e fechamento elétricos para que a tampa traseira pudesse abrir para cima.

Caso seu cotidiano seja repleto de passageiros altos andando no banco traseiro, ou de porta malas carregado de grandes objetos constantemente, é melhor repensar a compra. Se esse não for o seu caso, vale o test-drive pelo bom acabamento e excelentes ergonomia e posição ao volante, no que diz respeito ao interior.


Nota:

Mecânica

Ecosport STORM

Para 2020, versão STORM será a única com motor 2.0.

Sem dúvidas, a versão STORM tem a mecânica mais sofisticada da linha Ecosport. É a única com injeção direta, tração integral e suspensão traseira independente. Isso permite mover o carro com desenvoltura e até exagerar levemente em curvas, mantendo-se em mente que se trata de um suv, veículo com centro de gravidade mais alto. O acerto de suspensão privilegia levemente a estabilidade, mas o modelo supera os buracos das nossas grandes cidades com desenvoltura e conforto.

Ecosport STORM

Suspensão traseira independente ajuda a deixar o conjunto muito bem acertado.

A tração integral atua sob demanda e a distribuição de força pode chegar a 50% em cada eixo, com certa sofisticação ao individualizar a força para cada roda, dependendo do nível e destracionamento. Não espere conseguir enfrentar trilhas pesadas com o modelo, mas sua desenvoltura em condições levemente adversas e pista escorregadia será bem acima da média e certamente bem superior aos concorrentes de tração dianteira. Em determinado momento do teste, chovia muito e o gráfico do painel que mostra a distribuição de força nas rodas indicou que as rodas traseiras recebiam quase 50% da força naquele momento. Em nossas lamentáveis ruas mal cuidadas, ficou a lição de não subestimar o que um sistema de tração integral sofisticado pode oferecer!

O câmbio automático com conversor de torque é o mesmo 6F35 que equipa as versões de motor 1.5 e tem 6 marchas, substituindo o famigerado Powershift na linha Ecosport. De funcionamento suave e trocas rápidas, possui modo Sport, que aumenta a faixa de giros na troca de marchas, além de paddle shift no volante para trocas manuais.

Os freios são a disco ventilados na dianteira e tambor na traseira, este uma falha em nosso ponto de vista, mas que, no caso de uma trilha, pode ser útil ao evitar a entrada de barro no sistema. As frenagens, porém, são seguras para o porte do modelo, sempre levando-se em conta que se trata de um SUV e que, mesmo compacto, não possui a mesma dirigibilidade de um automóvel mais baixo.

Os pneus escolhidos são voltados ao asfalto, o que em nossa opinião foi um acerto, pois apesar de ser um modelo aventureiro de tração integral sofisticada, acreditamos que a grande maioria dos seus usuários utilizarão a Ecosport STORM em ciclo urbano na maior parte do tempo. Pneus de uso misto trariam uma piora em desempenho, frenagem, capacidade de contornar curvas e consumo

A direção elétrica é muito bem calibrada, com peso correto e pouquíssimas vibrações. De relações diretas, contribui bastante na excelente dirigibilidade do modelo.

Diante concorrentes de projetos mais recentes, o Ecosport STORM contra ataca com qualidades que o faz competir com todos em termos de refinamento mecânico, indo além destes ao exibir um sofisticado sistema de tração integral.


Nota:

Desempenho

Com motor grande para o seu porte e com bons valores de potência e forçca (170/176cv e 20,6/22,5 kgfm gasolina/ etanol), o modelo responde bem, mas não espere desempenho esportivo. Mesmo atrapalhado pelo peso extra da tração integral (99kg a mais em relação ao antigo titanium 2.0, que agora é 1.5 e não tem estepe) e com mais peças móveis brigando pela potência e torque pelo mesmo motivo, chegou aos 100 km/h partindo da imobilidade em 10.96s e os 400m em 17.2s. A retomada de 80 a 120 km/h com método kick down (repentinamente afundando o pé no acelerador) foi feita em 7,9s, sempre com etanol.

Considerando tratar-se de um SUV compacto familiar, o DuratecDirect fez valer seus bons números de potência e torque com relação ao desempenho, com destaque para o grande aumento de torque quando abastecido com etanol, algo positivamente tradicional na Ford desde os tempos do “proalcool”.

Nota:

Consumo

Se em desempenho ela vai muito bem e se mantém nos patamares da concorrência de custos similares, o consumo talvez seja o aspecto com maior diferença negativa em relação aos concorrentes downsized. Por um critério técnico, utilizamos os números obtidos pelo inmetro, e para o etanol, a média é de 6,0 km\l na cidade e 8,0 km\l na estrada. Com gasolina, 8,5 km\l na cidade e 11,6 km\l na estrada. São médias abaixo das obtidas por concorrentes como Tracker e T cross. Até mesmo o Ecosport com motor 1.5 é bastante superior ao STORM quando o assunto é consumo.

O consumo pode ser um item essencial para o consumidor e se for o seu caso, ou se você não faz questão da tração integral, mas quer ficar na linha Ecosport, olhe com carinho a Titanium, que possui acabamento tão bom quanto a STORM, mas com consumo muito mais comedido e desempenho satisfatório.

Nota:

Comportamento dinâmico

No passado a Ford era referência em termos de acabamento e isso se perdeu um pouco, já é de muito tempo que os carros da marca são lembrados principalmente pela sua excelente dirigibilidade e acerto de motor, câmbio, freios e suspensões.

Com câmbio de funcionamento extremamente suave, direção de comunicação direta e leve em manobras, mas com peso correto em velocidades de rodovia, suspensões que trabalham muito bem com a tração integral (que ajuda neste processo), o carro surpreende com comportamento até melhor que o de alguns modelos que não são SUV ou crossovers de marcas concorrentes. Os freios são competentes, mas dentro da média da categoria, algo que a adoção de discos na traseira certamente ajudaria a melhorar.

O que pode incomodar um pouco são os pneus de perfil relativamente baixo para a proposta do carro, que acaba sobrecarregando um pouco os amortecedores e batentes em ruas mal cuidadas, algo comuns em nossas cidades.

Nota:

Segurança

Em termos de segurança passiva, não há o que se reclamar da versão STORM. O modelo possui o AdvanceTrac, sistema anticapotamento da marca em que sensores analisam o ângulo de inclinação lateral do carro em tempo real e caso haja risco, acionam os freios individualmente e reduzem a potência do motor para manter o controle do veículo.

A Ecosport STORM também vem com 7 air bags (frontais, laterais dianteiros e traseiros e de joelho do motorista), acendimento automático das luzes de emergência após frenagem brusca, controles de tração e estabilidade, aviso de cinto de segurança desatados (apenas motorista e passageiro dianteiro), faróis de xénon, luzes de neblina dianteira e traseira, freios ABS com EBD, luz de rodagem diurna (DLR) e travamento automático das portas.

Ecosport STORM

Suspensão traseira independente ajuda a deixar o conjunto muito bem acertado.

As versões STORM e Titanium são as duas únicas da Ecosport que escaparam da equipe de depenação da Ford e mantiveram importantes itens de série também na área da segurança, portanto, só não leva nota máxima pela falta de aviso do cinto de segurança para todos os ocupantes.

Nota:

Custo x Benefício

Tabelado a R$ 113.490,00 (setembro/2020), o Ecosport STORM é a versão de topo do veículo e a pintura "Cinza Trancoso" é o seu único opcional. Se não é exatamente uma barganha, seu valor inclui itens de série inexistentes em concorrentes na mesma faixa de preço, como faróis xénon, sistema de som com 9 alto-falantes da marca Sony, teto solar elétrico, bancos em couro, multimídia de 8 polegadas, ar condicionado digital, sistema de divisão do porta-malas, além da tração integral. São itens importantes e que podem compensar a idade do projeto em relação aos competidores na mesma faixa de preço, tais como o Honda HR-V XL, Renault Duster Iconic, Renault Captur Intense.

Ecosport STORM

Lâmpadas de xênonio Phillips estão entre as mais eficientes do mercado.

Nota:

Resumo

Ecosport STORM

Pontos positivos:
Acabamentos
Itens de série
Tração integral inteligente
Desempenho

Pontos negativos:
Consumo
Espaço para pernas do banco traseiro

Nota média: 7.25

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